Entomofauna associada à Algaroba no município de Mossoró, RN: inventário e dinâmica populacional
A algaroba (Prosopis sp.) foi introduzida no nordeste brasileiro em 1942, no município pernambucano de Serra Talhada, com sementes provenientes da região desértica de Piura, no Peru. A partir disso, começou a sua disseminação para várias regiões semiáridas dos estados nordestinos. No Rio Grande do Norte, a introdução da algaroba ocorreu em dois momentos. Primeiramente, em 1947, com as sementes provenientes do Peru. O segundo, em 1948, quando houve a implementação de sementes advindas do antigo Sudão Anglo-Egípcio. A intenção das iniciativas de introdução da algaroba era elevar a capacidade forrageira da área e implementar programas de reflorestamento de áreas desmatadas do sertão. Atualmente, no Rio Grande do Norte, as vagens servem para a forragem animal, a madeira para a produção de mourões, cercas e carvão e as copas para sombreamento dos rebanhos. Por outro lado, há perturbação ecológica ocasionada pela proliferação excessiva em áreas próximas a corpos de água e formação de áreas com presença exclusiva da algaroba, onde antes havia espécies nativas da caatinga. Por isso é considerada uma planta não nativa invasora, sendo oportuno a ideia da sua erradicação. Com esse propósito é que esse trabalho teve por objetivo levantar a entomofauna de ocorrência em algarobais, conhecer a sua dinâmica e, futuramente, derivar para estudos sobre possíveis insetos pragas dessa espécie vegetal. Para atender aos objetivos, foram instaladas seis armadilhas do tipo Carvalho-47 modificado em área de mata ciliar com dominância de algarobas do Hotel Villa Oeste- Mossoró/RN, a uma distância de 20 metros entre elas. O atrativo usado foi o etanol 70%. As coletas foram realizadas a cada 15 dias no período de 12 meses. O material coletado foi acondicionado e levado à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, UFERSA, para fins de triagem e identificação por especialista. Foram coletados 2.031 insetos durante o período do estudo. Foi constatado que a Ordem Coleoptera foi a mais abundante (76,7%), seguido de Hymenoptera (10,4%), Diptera (5,2%), Isoptera (2,6%), Lepidoptera (2,3%), Homoptera (1,3) e outras Ordens (1,6%). Essa última categoria inclui Orthoptera, Zoraptera, Hemiptera, Thysanoptera, Plecoptera, Psocoptera, Mantodea e Odonata. A flutuação populacional dos insetos mostrou que a sazonalidade das chuvas influencia na sua densidade e ocorrência. Os picos populacionais deram-se em período chuvoso, contudo, devido à perenidade da folhagem, característica dessa espécie, houve ocorrência estável de algumas Ordens em períodos em que a precipitação foi escassa ou mesmo nula. O uso das armadilhas do tipo Carvalho-47 modificada se apresentou como uma opção para estudos de insetos, principalmente da Ordem Coleoptera. Foi possível detectar a diversidade e abundância, assim como as mudanças de densidade populacional e a sua flutuação populacional dos diferentes grupos de insetos. O estudo foi inédito quanto ao levantamento e conhecimento mais apurado sobre a entomofauna de um algarobal, na região de Mossoró, proporcionando pesquisa de base para a evolução de futuros trabalhos.
Palavras-chave: Prosopis, espécie invasora, insetos praga.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas